A MANGUEIRA.
06/07/2017 11:26Ainda criança na temporada de manga era uma loucura. Como existia muitos pés em nossa cidade vivíamos praticamente dela. Quando nossas mães chamava para almoçar era complicado. A barriga estufada de tanta manga atrapalhava o almoço. Vinha aí a lição de moral, “menino se você não come vai ficar doente” ou “hoje você não pode comer ovo e nem tomar leite, se misturar manga vai dar uma sapituca”! Era três dias de regime por causa de uma simples manga. Era arroz, feijão e farinha por toda a temporada da fruta.
Era só amanhecer estava nós, em riba do pé de manga feitos macacos. Que delícia! Lambuzavam-nos toda a cara ficava amarela ela solta uma tinta e pregava em volta da boca mesmo lavando, lógico que apenas passava uma água rapidamente no rosto. O problema maior é que a manga era depurativa e no final vinha os furúnculos, os dordói, isso não impedia de sempre aproveitar e abusar daquele fruto maravilhoso.
Outro problema era descer da mangueira. O seu tronco normalmente são grossos. Ao subir achava um local para segurar ou pulava no galho mais baixo e acabava no galho mais alto. Tomava muito cuidado, pois, os galhos delas não são muito fortes e quebrava a toa. Por isso, sempre segurava em outro para diminuir o peso para sacudir e derrubar os frutos.
Quantas vezes ficavam dependuradas ao escutar o estralo querendo quebrar. Menino segundo nossos pais e os antigos não tinha juízo. Era só soltar que estava aprontando. Agora a briga era feia quando a molecada começava a jogar pedra para derrubar a manga e caia no telhado de alguém. Isso acontecia sempre, principalmente, quando o pé estava dentro de um quintal. Como naquela época existia poucos muros, o lote era fechado por arame que a coisa acontecia.
Outro motivo para essa molecagem era quando sabia que o dono da casa era usurento, e não queria que pegasse nenhuma manga. Preferiam deixar o fruto apodrecer a oferecer a uma pessoa. Caímos em cima e a farra era grande ao sair correndo, com ou sem a manga.
Essa era uma das bramuras que as crianças faziam antigamente.
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