AS BRAMURAS DE CRIANÇAS
25/04/2017 09:07Criança sempre tem suas histórias para contar. As danuras que aprontavam eram buscando novas experiências. Os pais estão sempre dando conselhos, não faça isso! Não faça aquilo! E como diziam as palavras entravam por um ouvido e saia pelo outro.
Os tempos mudam as crianças tem novos meios de brincar, mas as artes continua. Uma rotina desses bichinhos. O que mais ouvia era não sobe em árvore minino! Ocê pode quebrar um braço! Cuidado com aquele cavalo ele pode disparar! Num vai pru rio!
Essas recomendações, sempre, eram desobedecidas. Outra travessura que acabava mal era brincar em monte de terra. Normalmente elas sujam a roupa com uma coloração avermelhada. Era só chegar em casa e a mãe ver a vara de marmelo comia nas pernas. Ocê num tem dó da sua mãe disgreta! Quem vai lavar essa imundiça sou eu coisa ruim!
Lembro muito desses resultados. Aqui em nossa cidade tudo era difícil. Não tinha nada. A minha mãe aprendeu que para lavar as panelas e deixa-las claras, principalmente a de cozinhar, eram fogão de lenha e o fundo das panelas ficavam da cor de brasa. Se passasse a mão ela ficava toda preta. Recomendaram a ela usar areia para ariar as dita cujas. Não podia ser qualquer areia, tinha de ser uma lá do grotão. Era muito branca e limpa. Todas as mulheres levavam latas delas para casa. E o incrível é que as vasilhas ficavam brilhando.
A minha mãe nos pedia sempre que precisava ir até lá e buscar a areia. Ela substituía a palha de aço. Logo vinha a recomendação: Vai num pé e volta noutro. Como nós já estávamos correndo só ouvia muito pouco o “noutro”.
Ao chegar no grotão a brincadeira era escorregar no barranco. Só se ouvia gritos e risadas de crianças. “Agora sou eu”! “Depois eu”! Isso levava algumas horas. Em casa nossa mãe andava de um lado para o outro. A vara de marmelo era colocada atrás da porta. “Quando esses mininos chegar aqui vou moelos de pau. E nós lá correndo sem pensar nas consequências.
Ao chegar em casa além de sujos estávamos molhados. E nem ouvia um pedido de explicação o pau cantava.
Bem essas e outras histórias sempre ocorriam. E não pense você que ao voltar lá no grotão ficávamos comportados. Toda vez era a mesma coisa. E a história repetia, brincadeira de escorregar e pernas quentes com a vara de marmelo!
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