FUGINDO DA ONÇA JOÃO É SALVO PELA ÁRVORE BRANCA.
04/02/2017 10:00Certo dia João caminhava na mata cortando caminho para sua casa. Nascido na região conhecia aquele local como a palma de sua mão! Acostumado a andar por ali durante o dia ou à noite, vinha despreocupado com a vida. Era uma noite escura e a iluminação era refletida muito pouco com a luz das estrelas.
Havia ido à casa do vizinho e demorou mais que o desejado. Como não tinha medo caminhava em passos lentos pensando o quanto de madeira de aroeira, ipê havia pronta para ser tirada. Vez por outra aproximava de uma e fazia as contas de quantos palanques e lascas para cerca daria.
Já fazia uma meia hora que caminhava por trilhos tortuosos hora fundos outros quase desapareciam entre a vegetação. Normalmente esse caminho é trieiro de gado quando eram soltos na mata. Assim, pensando nas possibilidades e pronto para no outro dia combinar com o dono da fazenda para tirar a madeira. “Nessa época não havia restrições a cortar árvores para aplicação nas fazendas ou comercialização. Foi uma época que mais destruiu as matas”.
Do alto ele conseguia ver uma luz de lamparina na casa da fazenda. Uma luz fraca que aparecia e desaparecia. Passando pela folhagem arrancava suas folhas com a mão e levava a boca. Pensava apenas em chegar a casa e jantar.
Num determinado momento ele ouviu o rosnar de uma onça. Parou para certificar se ouviu mesmo ou era outro animal. Novamente a onça soluçou seu ronco rouco. João não pensou duas vezes. Partiu em disparada no meio da vegetação que dificultava um pouco. Perdeu o trieiro e corria em direção reta. Procurava o caminho mais perto.
Os roncos da onça pareciam cada vez mais perto. Ela tá me perseguindo! Imaginou. Em disparada ele foi rumo a uma baixada quando ele viu uma árvore branca em sua frente. Pensou vou passar por ela! Logo veio em sua mente que aquela árvore só nasce em despenhadeiro. Imediatamente mudou de rumo. Correndo chegou à casa muito rápido.
Já dentro em segurança parou para pensar sobre a peripécia e correu o risco de morrer duas vezes. Uma comido pela onça, a outra de cair na pirambeira. No dia seguinte voltou ao local que encontrava a árvore e pode confirmar que se ele estivesse continuado em frente teria caído num despenhadeiro de mais de cem metros.
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