Hoje é dia de estória: A LIVUSIA O VAQUEIRO E O TESOURO
03/10/2016 18:09Falando em assombração lembro-me da estória de um boiadeiro. Não sei o nome, apenas que era uma pessoa gentil. Em todos os lugares que passava era elogiado quando ia embora.
Faz muito tempo que ouvi essa história. Era noite escura os raios eram os únicos a iluminar a estrada. Seu cavalo rompia a passos largos e vez por outra escorregava no lamaçal. Sua capa era especial e estava encharcada da água de chuva que teimava em não parar.
O homem pensava onde encontraria um lugar para abrigar da tempestade. Os raios cortava o céu e o barulho do vento entre as galhas das árvores parecia braços balançando como querendo o pegar. Vez por outra enxugava o rosto com as mãos também molhadas. O frio começava a entrar embaixo da capa. Era sinal que suas roupas estavam molhadas também.
O pouso ainda estava a umas seis léguas! Não chegaria naquela noite. O cavalo estava sentindo o caminho cada vez mais pesado, diminuía muito o andar do animal. Começava a pensar se não existia próximo dali um local onde pudesse passar a noite.
A chuva aumentava e sua preocupação também. Pensou em encostar-se a uma daquelas árvores, mas o raio lhe tirava da cabeça essa ideia. Passando por um descampado o vento e a chuva doía ao bater em seu rosto. O animal soltando sopro pelo nariz na tentativa de limpar a água que escorria por sua cabeça.
Foi quando um grande raio percorreu o céu, clareando a uma distância de uns quinhentos metros. Ao olhar pelo clarão viu um casebre. Imediatamente seguiu para lá. O trovão que acompanhou o raio salvador foi o motivo para esporear o cavalo e aumentar os passos chegando o mais rápido possível na casa seca.
O boiadeiro apeou do animal puxou para dentro da varanda entrou na casa olhando os cômodos procurando um local seco. Entrou em um quarto o melhor de todos colocou sua capa dependurada e voltou ate o cavalo desarreou, colocou o laço no pescoço dele amarrou em um esteio da casa e deixou-o pastando.
Procurou uns galhos seco que havia caído da árvore próxima. Muito húmido da chuva foi até o quarto e com certa dificuldade acendeu uma fogueira. Trocou de roupa armou uma rede e preparou uma carne seca que carregava comeu e deitou.
Pensando em levantar de madrugada quando a chuva parasse tentou dormir. Mais ou menos meia noite ele ouviu os passos entrando na casa, ele rapidamente pegou o trinta e oito e ficou esperando pela pessoa. Desceu da rede e posicionou em um canto para se defender. Antes avistar alguém ouviu um espirro.
Instintivamente o boiadeiro disse: - Deus te ajude!
- Obrigado! (Respondeu o vizitante)
Nisso surgiu na porta um senhor alto, sorridente, e o chamou.
- Por favor, me acompanhe! Há muito tempo que espero alguém aqui que pudesse me ajudar. E você me proporcionou o que eu precisava.
- O que foi que eu fiz para ajudá-lo?
- Esse “que Deus te ajude”! É suficiente para eu poder sair da prisão que estou há muito tempo!
- Prisão? Que prisão?
- Esse local é minha prisão e para sair daqui teria que encontrar alguém para mostrar o meu segredo. Em vida fui muito egoísta e enterrei uma riqueza nesse local. Não queria repartir com nenhuma pessoa. Por isso fiquei aprisionado nessa tapera.
Saiu do quarto e caminhou para uma sala, lá mostrou um local.
- Cave nesse lugar que você vai encontrar um tesouro. Ao pegá-lo deixe uma moeda ou uma joia! Não precisa ser a mais preciosa! Não tampe o buraco e saia daqui. O que ficar nesse buraco vai ajudar outra pessoa.
O homem caminhou para a porta e desapareceu. O vaqueiro cavou e encontrou um baú cheio de moedas de ouro, joias, diamantes. Separou uma joia entre as melhores e jogou no buraco saiu sem olhar para trás arriou seu cavalo e seguiu caminho.
Segundo a estória se tornou o homem mais rico do seu tempo, comprou várias fazendas e as encheu de bois.
———
VoltarTópico: Hoje é dia de estória: A LIVUSIA O VAQUEIRO E O TESOURO
Nenhum comentário encontrado.