Hoje é dia de estória: A VACA NELORE E ANTONIO O CORAJOSO!
07/11/2016 10:43Criança nunca é muito preocupada com o perigo. Essa estória demonstra o quanto o anjo da guarda de uma criança sofre. Não acredito que só um anjo consiga proteger Antonio. Ele não podia ver alguma coisa diferente que procurava encrenca.
Na fazenda onde ele vivia tinha uma vaca nelore. Até os homens tinham medo dela. Quando ela paria os vaqueiros mesmo montado corria risco. Muitos e o dono da fazenda diziam que se não tomasse cuidado a vaca partia pra cima.
Antonio gostava de provocar essa ruminante. Era só ela dar a cria que lá vinha ele e passava no pasto ao lado dela. Como ele corria muito acreditava na sua velocidade. Era o dia todo, aquela coisa. A vaca estava sossegada pastando e vigiando o bezerro. Um descuido qualquer surgia aquele moleque caminhando lentamente.
Quando aproximava da bicha ele dava um grito e saia correndo feito um doido. Alias! Maluco ele sempre foi. A vaca bufava e partia a trás do desafiador. Normalmente ele já havia escolhido a árvore para subir. Outra qualidade de Antonio. Subir em árvore, ninguém na região era capaz de trepar em uma como o moleque.
Naquele ano a vaca pariu em um período chuvoso. E por ser a terra de um barro preto escorregava muito. Qualquer descuido e a pessoa escorregavam. Muitos caíram e ao levantar sua roupa estava completamente suja de barro.
A vaca por ter tido cria recente o dono optou por deixa-la próximo a casa. Ela tinha a mania de esconder o bezerro. Quando isso ocorria era difícil encontrar. Quantas vezes o vaqueiro ficava de butuca, na campana o dia todo para ver o local que a bicha havia escondido a sua cria.
Acontece que se o bezerro pegasse bicho no umbigo era morte na certa. Em tempo de chuva aumenta o índice de bezerros morrerem por esse motivo. Outra coisa que levava a morte era ele não mamar na hora certa. Como a mãe o escondia era preciso ficar de vigia. Quando ela caminhava para um determinado local o vaqueiro como se não quisesse nada a acompanhava. Ao encontrar o bezerro ele a tocava até o curral.
Esse era o motivo dela estar em um pasto próximo e limpo. Foi nesse pasto que Antonio aprontou a presepada. Logo cedo o desinfeliz levantou foi até o curral, bebeu leite tirado na hora. Chegou a casa ainda tomou uma xícara de café. Comeu um pedaço de queijo. Estava pronto para mais um dia de travessura.
Logo as vacas foram soltas e ele ficou na espreita! Conversando com os primos disse que iria atentar a vaca nelore. Os outros meninos falaram para ele não fazer aquilo. Era perigoso. Ele riu e chamou os outros de mufinos, covardes. Um deles ainda disse bem você é quem sabe.
Os primos saíram à frente. Receberam a incumbência de levar uns queijos para o vizinho. Encomenda da semana anterior. Saíram os quatro. Ao verem a vaca os três primos deram a volta e ficaram longe já em cima de uma árvore. Antonio esperou o momento certo. Veio em silêncio e ao aproximar da vaca fez que iria pegar o bezerro. Foi aí que a coisa não prestou.
A vaca partiu prá cima dele feito louca. Ele mirou a árvore que escolhera. Só que o terreno estava molhado e escorregadio. Ele já saiu em desvantagem. Ao levar um escorregão que quase o fez cair. Saiu em disparada e a nelore encostada em sua traseira. Quando ele foi saltar uma pequena grota para chegar até a árvore ele escorregou.
Foi uma cipeada daquela! Como dizia muitos: deu pra vê até o numero da butina! Os primos gritaram ao vê-lo cair. Estava morto todos pensaram. Antonio caiu dentro da vala e a rês chifrando e bufando em cima dele. O chifre pegava na terra e mais parecia um ardo arando a terra para plantar a roça. Um dos primos mais corajoso desceu da árvore e gritando fez o animal olhar para ele e partiu para cima. Logo ela desistiu. Esse tipo de animal não deixa sua cria só. Voltou para o lado do filhote.
Antonio levantou mais branco que alma penada! Limpando a roupa veio ao encontro dos demais. Reclamando que havia se sujado todo e que a mãe dele iria dar uma bronca danada. Pediu para eles não contar o motivo. Todos juraram. Lógico que os primos estavam morrendo de rir.
Quando Antônio passou por eles um percebeu que ele havia cagado na roupa.
- Eh! Gente ele não tá só sujo só de barro não! Antonio cagô na roupa. Foi uma risada só.
Desse dia em diante ninguém podia falar em merda. Pois Antonio partia pra cima. Como os primos eram danados sempre que o via algum contava uma estória ou então falava: - Vocês viram o tamanho da bosta da mimosa? Nesse momento a briga estava armada. Era falar e correr.
O certo é que Antonio nunca mais mexeu com a nelore. E ficou com o apelido de Antonio cagão. Logo todos na escola ficaram sabendo da estória.
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