MEU PRIMO E O TAL DO CELULAR
17/02/2017 10:17 As brincadeiras de criança muda de geração para geração.
Uma palavra que sempre ouvi é: "esses meninos de hoje não sabe brincar"! Fica
aqui a pergunta, qual é a brincadeira certa? Difícil de responder. Nem sei como
meus pais brincavam. A evolução muda de tempo em tempo as diversões das
crianças também.
Em minha época nós meninos brincava de turma, uma espécie
de pique-pega, só que era dividido em dois grupos, um que escondia o outro que
procurava, chicotinho queimado esse era um pouco violento. Um dos garotos
ficava com uma vara e quando alcançava o que escondia batia em suas pernas. Não
era com força, a não ser aqueles malvados que deleitava ao bater nos menores.
Bola creio ser de todos os tempos.
Sem privilegiar essa ou aquela brincadeira, hoje são os
jogos eletrônicos que impera. Aliás, o tal do celular com suas mil e duas
utilidades, "mil e uma era a propaganda da Bombril". Esse inferniza a vida dos
mais antigos ou melhor dos mais velhos, os mais antigos eram dos meus pais pra
traz, que nunca teve contato com essa tal de informática.
O meu primo resolveu comprar um celular mais avançado.
Cara ele já não tem muito cabelo na cabeça e acredito que o resto vai cair com
essa máquina infernal. A nossa geração é a do manual. Tudo que comprava vinha
com um bendito caderninho explicando como montar as caixas no aparelho de som.
Ou o amplificador no toca disco da vitrola.
Um dia comprei um vídeo cassete, levei dois dias para ler
o manual e montar a coisa na TV. Era tanto fio e exigência para ligar o danado
do trem que não tinha jeito ou lia ou queimava. Esse trocinho que vem hoje que
pode ligar o aparelho em qualquer voltagem não existia. Antes de ligar ocê
tinha de olhar na traseira da encrenca e ver se o botão estava ligado em 110 ou
220 volts. O disgramado era escuro que se não pegasse uma lupa não conseguia
ver. No meio da chave tinha um risquinho branco, dos mais sem vergonha, para
indicar o lado certo. Como a gente não tinha costume ficava virando a disgreta
até encontrar a posição certa.
O meu primo chegou aqui em casa me pedindo para ensinar a
usar o tal do celular. Eu prontamente falei que num entendia nada daquilo.
Solícito chamei a minha neta, de doze anos, para ensinar a pelo menos
ligar aquele troço. Ela chegou pegou o celular e de cara fez o seguinte
comentário: Nossa você não sabe usar? é tão fácil! Olhei pra cara do primo, uma
pessoa culta, mudar de cor. Eu interferi olha minha neta nós somos do tempo do
manual, o que foi prontamente confirmado por ele.
Como os fabricantes sabe que manual é jogar dinheiro
fora, pois, esses pirralho nem olha para ele, mandam junto um papelim escrito
com umas letrinhas que nem a lupa de dermatologista consegue aumentar e, para piorar
resumido. Aí começou a explicação de como usar a encrenca.
Neta - Olha é muito simples.
Novamente o meu primo engoliu seco. Sua vontade era xingar. Olha aqui! Você aperta
esse botão e..., ligou rapidamente o aparelho.
O meu primo estava ainda no "olha aqui"! E ela já havia
realizado pelo menos dez movimento e ligou o dito cujo. Ai veio a frase que o
matou. Entendeu?!!! Ele respirou fundo olhou para ela e perguntou: Em que século
você acha que eu estou? Ela ingenuamente respondeu: no século XXI é claro!
Eu para não deixar aquela aula terminar em tapa interferi
dizendo que ele precisava aprender desde o início. Para resumir a conversa ela
o ensinou a ligar o celular, atender e ligar para alguém! Ainda teve de
escrever os passos a serem seguidos. Os outros recursos ficaram para a aula
seguinte.
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