A FADA DA LUA
Certa noite a lua cheia parecia querer tocar as montanhas do vale. Marcos um jovem de 18 anos, começou a caminhar pela estrada tortuosa observando o astro que domina a noite. Parecia que, se estendesse o braço poderia tocá-la.
Longe em seus pensamentos ouviu uma música linda vindo de um local que possuía umas árvores e uma pedreira. Parou silêncio, apenas o som da noite era ouvido! Ao iniciar a caminhada ouviu novamente a música. Foi até a pedreira e viu sentada em uma delas olhando para a lua um alinda jovem.
Ela brilhava com a luz. Suas roupas pareciam refletir toda a claridade que o satélite da terra lhe proporcionava. Marcos parou e ficou por um tempo apreciando a beleza da jovem. Parou e pensou: quem é ela? Não existe ninguém que mora próximo daqui!
Tomando coragem aproximou mais ainda. Que canção linda essa sua! Quem é você? Mora aqui perto?
A jovem apenas o olhou sorriu e continuou a cantar. Em um instante olhou novamente para Marcos e antes que ela falasse ele perguntou: Qual o seu nome?
Quantas perguntas! Moro sim aqui perto. Onde? A residência mais próxima esta a cinco quilômetros.
Jovem – É que você nunca me viu! Toda noite de lua cheia venho aqui para cantar e saudá-la!
Marcos – Sempre venho aqui para tirar fotos da lua. E nunca a vi.
Jovem – É que você apenas olha para ela. (Aponta a lua).
Marcos – Você não tem medo de ficar aqui sozinha?
Jovem – não!
Marcos fez tantas perguntas que não a jovem o mandou calar.
Marcos – Desculpe é curiosidade.
Os dois ficaram juntos até a lua ficar a pino no céu. A jovem olhou para Marcos e com um sorriso lindo lhe deu uma escultura em madeira toda florida e com a lua na ponta.
Quando a lua cheia vier novamente aqui estarei. Se me quiser ver traga essa varinha mágica com você. Marcos riu e pensou: Varinha mágica?
Marcos – A verei novamente na próxima lua.
Jovem – quero te fazer um apedido!
Marcos – Faça!
Jovem – Volte para sua casa e não olhe para trás.
Assim, Marcos fez. Começou a caminhar para casa e não olhou para trás ainda que sua curiosidade fosse muito grande. No dia seguinte voltou no local e sentou no mesmo lugar e pensou naquela jovem linda. Todas as noites ele voltava na esperança de encontra-la novamente.
Na noite de lua cheia ele foi rapidamente para o local e lá encontrou a jovem cantando. Encaminhou até ela e pegou a sua mão. A jovem quis tirar as mãos não conseguindo tamanho era a firmeza que Marcos a segurava.
Marcos – Quase morri de saudades. Por que você não veio nas outras noites? Estive aqui todas as noites a sua espera!
Jovem – Você não devia ter tocado em minhas mãos!
Marcos – E por que não? Estou apaixonado por você.
Naquele momento fez-se um silêncio. O vento parou, os grilos pararam de cantar. Toda a natureza silenciou. A lua que brilhava iluminando toda a terra foi coberta por uma nuvem que apareceu do nada.
Jovem – Isso não pode acontecer!
Marcos – Me apaixonar por você?
Jovem – Sim.
Marcos – O que impede o nosso amor?
Jovem – Somos diferentes, e vivemos em mundos diferentes!
Marcos – Como assim? Você é rica e eu sou pobre, esse é o motivo?
Jovem – Riqueza não é o problema.
Marcos – Então o que é?
A jovem solta as mão levanta e caminha rumo à lua. Marcos nesse momento vê algo diferente. Uma espécie de abertura. Do outro lado ele vê que é dia.
Marcos - O que é isso?
Jovem – Aquele é meu mundo. Só venho aqui em noites de lua cheia. E você não poderia ter me visto e ouvido minha música.
Marcos – Qual o motivo que não poderia ter visto você?
Jovem – Sou de outra dimensão. E somos invisíveis para a humanidade.
Marcos – Se consegui vê-la é que sou diferente!
Jovem – Não sei como me viu!
Marcos não resistiu e a beijou. Por um instante a Jovem não resistiu e depois saiu correndo e desapareceu no ar. A nuvem que cobria a lua desapareceu a brisa balançou os galhos das árvores. Parecia que toda a natureza comemorava aquele ato de amor.
Na outra noite de lua cheia Marcos foi até o local do encontro e a Jovem não apareceu. Durante três luas cheias ele comparecia no local e nada. Marcos sentiu bastante triste. Certo dia ele resolveu ir durante o dia para ver o local direitinho e levou o presente que ganhou. Sentou no local que a jovem sempre ficava olhou bem firme. Nesse momento ele viu o portal e caminhou rumo a ele.
Ao chegar próximo a sua varinha mágica começou a ficar azul e o portal abriu. Ele cautelosamente entrou e viu um lugar muito bonito e próximo um castelo. Foi até lá e perguntou pela jovem. Nenhuma pessoa respondeu. Continuou caminhando para dentro do castelo e numa praça ele avistou a Jovem. Foi até ela. Quando ele a tocou ela ficou nervosa.
Jovem – O que faz aqui?
Marcos – Vim procura-la.
Jovem – Se os soldados o virem você vai ser preso.
Marcos – Vale a pena ser preso, pois, meu amor é muito grande.
Jovem – Vamos sair daqui!
Os dois caminharam rapidamente para uma rua quando foram surpreendidos pelo pai da Jovem.
Pai – Onde pensam que vão?
Jovem – Pai!
Pai – Então é esse jovem humano que tem falado com você?
Jovem – Sim pai.
Marcos – Me apaixonei por ela! E vim procura-la.
Pai – Você é muito corajoso meu rapaz.
Marcos – O amor nos encoraja a enfrentar os obstáculos.
Pai – Leve-o de volta e feche a entrada para que ele nunca mais volte e ela saia.
Jovem – Pai! Preciso cantar para a lua.
Pai – Vou colocar outra para fazer isso. Uma mais cuidadosa.
Marcos foi levado de volta. Tomaram dele a varinha mágica. Ele todas as noites de lua cheia ia até o local que encontrara a jovem e ali ficava na esperança que ela voltasse. Passaram um ano e nada. Na primeira lua cheia Marcos voltou ao local sentou e olhando no chão viu a varinha. Logo pensou vou atrás dela agora. Ela voltou, vou busca-la. Assim, o fez. Abriu o portal e viu a Jovem sentada triste próximo ao portão. Correu até ela a abraçou. Vamos sair daqui. Vamos para o meu mundo. Para um lugar bem longe desse portal e ninguém vai nos encontrar.
A Jovem pegou as suas roupas e os dois deixaram o mundo das fadas. Ao fechar o portal Marcos quebrou a varinha trancando definitivamente o portal. Mudaram da região. Tiveram três filhos. O amor deles era tanto que em sua casa era sempre verde e as flores mais belas.
Assim, viveram para sempre.